segunda-feira, 3 de maio de 2010

O fim de um ciclo


"Crise é oportunidade" - como diriam os japoneses.

Acho que tudo depende de como encaramos os fatos. Nem tudo é 100% ruim, nem 100% bom.

Voltando ao passado...

Em Março do ano passado eu entrei em uma empresa com sede em Vinhedo, para trabalhar no setor internacional como estagiária. Era uma empresa pequena, com 9 funcionários e no setor internacional eu trabalharia sozinha porque o Anderson estava de saída - e saiu uma semana depois. Pois bem, encarei o desafio de um primeiro emprego com muita responsabilidade e foi maravilhoso tudo o que eu aprendi nesse um ano e um mês que estive lá. Aliás, eu indico aos marinheiros de primeira viagem que procurem começar em pequenas empresas.
Quando entrei, meu chefe - um risk taker - me perguntou se eu teria problemas em viajar para o exterior sozinha e é claro, respondi que não, primeiro pelo motivo que você que está lendo está pensando - claro, ela não é boba, rs - e segundo porque eu realmente não tenho medo de encarar os desafios que a vida me coloca. Pois bem, um mês e meio depois eu estava chegando na Itália para organizar sozinha uma feira internacional do mercado PET, conversando por mímica com os pedreiros italianos que estavam construindo meu stand e não falavam nem inglês e nem espanhol. Eu tinha 3 malas enormes comigo, sendo que eu só tenho 2 mãos, então eu só me locomovia nas ruas e nas estações de trem se alguém me ajudava, caso contrário não era possível - porque o detalhe é que desci em Milão para visitar minha prima Mayra e peguei um trem para Bologna, onde aconteceria a feira.
Meu primeiro dia foi um choque e depois de muita mímica consegui que colocassem as prateleiras onde eu queria e organizei todo o meu stand para o dia seguinte, quando começaria a feira. Chegando no hotel, consegui que me entendesse com o meu italianhol e me recolhi para o quarto, ainda assustada por estar ali. Foram quatro dias de muito aprendizado, em que me encontrei com clientes de todas as partes do mundo e tive que aprender a negociar "na marra", pois nunca tinha tido uma experência como essa, mas fico feliz que tenha sido muito bem-sucedida e hoje abri um distribuidor na Itália para 2 linhas de produtos das 10 que representava, como resultado desse evento. Depois disso ainda segui para Portugal e para França para me encontrar com clientes já antigos da empresa. Nem preciso dizer que essa experiência é um marco para a minha carreira e um salto de aprendizado porque oportunidades como essa não acontecem todos os dias na nossa vida, principalmente para uma estagiária de 21 anos.
Despois disso os desafios foram crescentes e perdi as contas de quantas vezes tive que pegar o meu carro sozinha e viajar para São Paulo, Embú, Cotia, Pirassununga, entre outras cidades, para me encontrar com clientes e distribuidores, ou ir para Curitiba e Porto Alegre - mas nesses casos, eu ia de avião (ufa). Em Julho veio outra oportunidade de feira internacional, que dessa vez ocorreria no Brasil, e o setor nacional da minha empresa também participaria. O bizarro dessa experiência foi que tivemos que dormir em motel por 2 noites, pois não aguentávamos sair da feira depois das 23h e voltar para nossas cidades, sendo que tinhamos que estar de volta bem cedo pela manhã - e não encontramos nenhum hotel disponível em São Paulo (pasmem!). Então dividimos uma cama em três mulheres por duas noites em um ambiente estranho, com espelhos no teto e portas de vidro no banheiro. (aff!)

Enfim, o que quero mostrar (além de querer dividir essa experiência maravilhosa) é que o que eu tinha era muito bom e ninguém me aconselhava a jogar tudo pro alto e procurar uma grande empresa, ou um programa de Trainee ou até mesmo sair do Brasil e procurar uma especialização como muitos recém-formados fazem porque essa oportunidade de ouro era única e eu dificilmente aprenderia tanto em outro lugar. Mas nós temos que saber entender quando é a hora de parar, e parar sempre quando ainda estamos por cima, quando ainda estamos ganhando.

De uns tempos pra cá eu perdi o tesão em trabalhar onde eu estava e o motivo mais forte foi que eu deixei de acreditar no projeto, por perceber que ele não tinha as amarras necessárias para um futuro próspero e de sucesso. Antes eu acordava sorrindo e me arrumava para ir trabalhar como se todo dia eu fosse viver alguma experiência ótima... o que mudou nos últimos tempos, quando eu acordava me perguntando: Para quê sair da cama? E esse é o ponto de esgotamento que devemos saber identificar.

Tomei coragem e depois de conversar com uma pessoa que fez muita diferença na minha vida, em uma terça-feira a 1h da manhã, comecei a tomar coragem para tomar a decisão. E quando estava conversando com o até então meu chefe, no dia em que sai da empresa, ele me perguntou: Pois é Camila, tudo isso acontecendo agora, será que é sorte ou azar? E essa é uma pergunta excelente para nos fazermos em todos os momentos da nossa vida... Estar desempregado pode ser AZAR se você quiser, ou pode ser SORTE se você enxergar que uma porta muito melhor pode se abrir para você agora que não está preso em nenhum lugar.

Sei que essa mudança é SORTE e que minha vida vai mudar para melhor.


Lições:
1- Saiba reconhecer seus pontos de esgotamento
2- Não tenha medo de desafios
3- Se pergunte sempre: Sorte ou Azar?
4- Sim, nossos caminhos estão em constante mudança
5- Crise é oportunidade, depende de como a enxergamos
6- Pensamento positivo é o segredo da lei da atração
...

Beijos

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