Todos os dias devemos escolher o caminho que iremos seguir. São escolhas pequenas como almoçar no shopping ou na padaria; ligar para um amigo distante ou não; ir ao francês ou faltar a aula para colocar a casa em ordem; sentar em frente a televisão ou ir correr na Lagoa, enfim. Estamos sempre escolhendo que caminho seguir e essa escolha só depende de nós. E por mais que seja automático e não encararmos como "estou escolhendo algum caminho" é isso que de fato ocorre.
As vezes temos que fazer grandes escolhas, entre caminhos que mudarão nossas vidas e definirão para "sempre" nosso futuro - vale dizer que o conceito de "sempre" é bem relativo, porque na maioria das vezes nós podemos voltar atrás. Eu, particularmente, sempre tive muita dificuldade em lidar com grandes mudanças, e acho que isso está relacionado com o trauma da separação dos meus pais quando eu tinha 12 anos, quando meu pai saiu de casa e não estava mais conosco na hora do almoço - por mais que ele tenha continuado a ir almoçar em casa por alguns dias para não sentirmos tanto a diferença - nem nos finais de semana em família.
Ainda me lembro da nossa primeira viagem com o papai, sem a mamãe... fomos para Escarpas, alugamos uma casa com os amigos casados do meu pai - aqueles mesmos que conviviam com a gente enquanto eles ainda estavam juntos - e por mais que estivessemos em um ambiente seguro, não ter minha mãe com a gente me fez sentir a necessidade de cuidar da minha irmã - 8 anos na época -, como se fosse a mãe. Então, na hora do banho, eu separava a roupa dela e fazia companhia para que tudo ocorresse bem; ficava preocupada com onde ela estava deixando o chinelo para não perder e era chata com o protetor solar. Obs.: Minha mãe não conseguiu nos deixar sozinhas e alugou outra casa as pressas para estar por perto caso sentissemos falta dela. Ela é linda.
Bom, explicado o porquê da dificuldade com mudanças e contada uma historinha sobre o fato, voltemos ao assunto ESCOLHER NOSSOS CAMINHOS... A minha primeira grande escolha foi quando sai de casa para fazer faculdade; a segunda grande foi quando aceitei a responsabilidade de começar a trabalhar e a terceira grande foi quando parei de trabalhar. E agora estou diante da quarta - e talvez a mais difícil até agora - grande escolha da minha vida, pois tenho infinitos caminhos para seguir e nenhuma pista de por onde começar.
Sei que alguns amigos de faculdade, agora que estamos formados, compartilham dessa mesma dúvida, ainda mais por sermos formados em Relações Internacionais, um curso que nos dá uma base excelente para tudo e para nada ao mesmo tempo. Eu sou apaixonada pelo meu curso e jamais me pronunciaria contra ele, mas tenho que assumir que é diferente de um curso de Medicina ou um curso de Direito, quando depois de formado você tem caminhos mais certos e menos poder de escolha. No meu curso, eu posso seguir carreira diplomática, posso ir para as grandes corporações - pois é fato que nos dias atuais toda empresa precisa de um analista de relações internacionais, para traçar suas estratégias globais -, posso ir para a área de COMEX, ou montar um escritório de análise de cenários - que eu adoro, inclusive -, posso me especializar em direito internacional e trabalhar no Tribunal Internacional, enfim... nosso limite é o mundo - e ele não é tão pequeno assim, rs. E também nos deparamos com escolhas triviais como fazer pós-graduação ou se dedicar exclusivamente para o mercado de trabalho, ou fazer os dois ao mesmo tempo. Agora, qual a escolha certa? Se é que esse adjetivo é cabível aqui.
Depois de muita reflexão sobre o tema - e acreditem, muuuuuita mesmo - acho que já defini o meu próximo passo e contarei aos meus amigos em breve, quando tudo estiver certo, mas tirei algumas conclusões que podem ser úteis para quem está passando pela mesma situação:
* A melhor escolha nem sempre é a mais fácil e, pelo contrário, geralmente é a mais complicada, é a que temos que batalhar mais, sofrer mais, nos dedicar mais. Mas pensem comigo: Se cada escolha é uma renúncia, e toda renúncia traz consequencias, então que escolhamos a melhor das opções para sofrer as consequencias por algo que valha a pena. Entre uma mega empresa fora do país com um salário de E6.000, longe da sua família e amigos, mas com perspectivas de crescimento e uma empresa boa nacional, com um salário de R$ 1.200, morando em casa... eu escolho a primeira opção e vou sofrer a saudade por algo que valha a pena, ao invés de não ter saudade, mas ter uma vida estagnada, sem dinheiro para investir, dependendo eternamente dos meus pais. É claro que essa é a minha escolha, de acordo com os meus valores, e que muitos diriam que preferem ficar com sua família em uma vida mais pacata, afinal, somos todos seres humanos únicos e logo, diferentes. Mas concluindo, não devemos escolher pelo caminho mais fácil nunca, devemos sim encarar os desafios e procurar crescimento pessoal e profissional - neste caso - sempre.
* Escolher não é fácil, mas sustentar sua escolha é mais difícil ainda...
* Sejamos mais "egoístas" no sentido de entender o que NÓS queremos, não o que os outros querem pra gente. Afinal, quem vai viver o lado bom e o ruim da escolha, somos nós. As consequências serão só nossas, pense nisso. É o seu futuro, não o do outro que te dá conselhos.
A todos que conseguiram chegar até o final deste post, espero que tenha ajudado um pouco com minhas reflexões. Muita boa sorte a todos, nas pequenas e grandes escolhas.
E para quem acreditar em Deus, saiba que ele sabe o que faz, nós precisamos apenas abrir as portas das possíveis oportunidades, para que ele nos guie para o que é nosso.
Beijo Grande...
Au revoir.
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