sexta-feira, 28 de maio de 2010

Metamorfose ambulante

"(...) A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) Receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma."

Lewis Carroll



Eta semaninha agitada essa! Cheia de acontecimentos "estranhos" ou simplesmente diferentes, mas o balanço geral é positivo. E aproveito para agradecer a audiência de Papai nessa minha invenção de ter um blog. Sim, papai me ligou dizendo que tinha acessado e mais, tinha adorado... mas vocês sabem né? É papai, rs.

Muita coisa se passou pela minha cabeça, como sempre acontece, porque eu tenho que assumir que passo grande parte do meu dia viajando em pensamentos, desde corriqueiros até os mais loucos. Mas quero dividir com vocês os que foram mais interessantes. Para isso peço emprestado o título ao momorável Cazuza - Metamorfose ambulante.

O fato de estarmos em constante mudança merece atenção. Hoje, por exemplo, eu estava excluindo minhas comunidades do Orkut - isso faz parte daquele plano de criação de marca pessoal que foi explicado alguns tópicos abaixo - e reparei que muitas delas não diziam mais nada sobre mim, mas com certeza quando eu as adicionei, elas me descreviam de alguma forma. Uma dessas comunidades era "Eu e minhas havainas". Ok, eu ainda amo havaianas, as acho super práticas e confortáveis, mas se você abrir meu sapateiro hoje eu só tenho uma marrom surrada, enquanto há alguns anos atrás eu tinha uma verde, uma azul, duas rosas - em tons diferentes - uma laranja com borboletas, enfim, era praticamente uma coleção de havaianas. E isso não tem nada a ver com moda, porque elas ainda estão em alta, mas eu mudei, ou eu vivo um novo momento atualmente que não condiz com o uso diário de havainas. Outra comunidade interessante era "Eu não sou fresca, e agora?" e não que eu tenha me tornado uma mulher fresca porque isso não aconteceu, mas não é mais o que me define. Hoje eu não diria que não sou fresca, apenas diria que não faz parte da minha essência ser "fina" - como geralmente brinco com meus amigos - e extremamente delicada, apesar de saber usar muito bem desses artifícios quando necessário, mas sim, tenho minhas frescuras - saudáveis. Também tinha uma "Sou sensível" e essa sim não cabe mais na minha descrição. Com certeza ela estava ali se referindo ao amor, mas depois de muito "apanhar" deste tal não posso me considerar uma pessoa sensível e sim calejada, esperta e forte. Não é qualquer decepção que me derruba mais. Claro, não sou uma pedra, não tenho sangue de barata e muito menos sou inatingível, mas vamos com calma no "sou sensível" porque não é isso que encontrará em mim. Entretanto, apesar de alguns detalhes em mim terem mudado, ainda sou a mesma Camila que meus antigos amigos de BH conhecem. Digo isso porque revendo meus testimonials um deles me descrevia tão bem, apesar de estar descrevendo uma Camila de muitos anos atrás, que fiquei chocada. E realmente é isso que acontece, nos remodelamos o tempo todo, mas continuamos os mesmos em essência.

Obs.: Nesse momento vejo que o conselho que minha cara leitora Ludi me deu não será aplicado ainda neste post, porque ela pediu para que eu escrevesse posts menores, mas imediamente retruquei que seria difícil porque quando as idéias fluem, é complicado frear, mas fica para o próximo, amor. Aproveito para mandar um beijo para minha "cumpanheira" Lele, que pediu carinhosamente por este gesto - apesar desse blog não ser o Domingão do Faustão, nem o programa da Xuxa, mas ela merece.

Mas voltando ao raciocínio anterior, outro fato que corrobora com o explicitado acima aconteceu comigo ontem, durante a reunião com meu professor orientador de Monografia. No ano passado, quando começamos com essa "idéia maluca" de falar sobre o Setor Sucroalcooleiro no Brasil tínhamos um projeto inicial muito interessante - inclusive foi com ele que fui aprovada na apresentação do pré-projeto para a banca examinadora - mas ontem surgiram várias idéias novas, assuntos relacionados que deveriam ser abordados, coisas que antes não haviam sido pensadas e tudo isso tornou meu trabalho muito mais interessante - Oba! Mas a conclusão que cheguei com isso é que a Monografia é um trabalho vivo, e isso quer dizer que novas idéias surgirão e outras vão ser descartadas, porque quando eu estiver pesquisando e escrevendo sobre "a sustentabilidade do setor", vou me encantar com o fato de que muitas usinas são auto-sustentáveis em termos energéticos com a co-geração de energia através do bagaço da cana e que inclusive vendem o excedente para  CPFL e alimentam cidades com essa energia - em tempos de racionamento e preocupações - e vou querer falar mais sobre isso, além de perder o interesse pelo tópico "Cosméticos", no qual falaria sobre a participação do setor na indústria farmacêutica e sua crescente importância. E é por isso que a Introdução de um trabalho e seu título são dados por último.

Vivo também são todos os meus posts que nascem de uma idéia que se transforma e muitas vezes me proponho a falar de algo que se torna DESinteressante no meio do caminho, e então troco o título e o conteúdo sem hesitar. E viva também é a língua que falamos, com toda a criação de gírias e palavras que caem em desuso, e influências vindas de passados históricos ou localização geográficas diferentes. Por exemplo, hoje na minha aula de Francês a professora nos fez assistir a um vídeo que se passa em Quebec - no Canadá. No final do filme estava todo mundo com cara de "b..." porque não tinha entendido nada e pensamos que a essa altura do campeonato ainda não havíamos aprendido nada, quando na verdade a influência do inglês no Quebec modificou a língua e o "accent". Onde já se viu frases como "Hey Dude" ou "Thanks, man" fazerem parte do francês??? Pior é o "cantado" meio Texano que a língua ganhou e que não combinou nada com o charmoso Francês.

E é assim mesmo, tudo o que é vivo se transforma. O simples "se relacionar com pessoas diferentes" modifica seu sotaque, seus gostos, seus costumes. Somos vivos, como os textos, as línguas e as idéias. E "cá pra nós", que bom que estamos em constante mudança, porque é isso que traz emoção para nossa vida. Tenho pavor de "mesmice", apesar que muitos só se sentem seguros dentro dela. E como falei com meu querido Matheus agora há pouco, é muito bom quando a gente consegue realizar um sonho louco - ou simplesmente não tão comum - que revoluciona tudo e muda o curso do nosso rio. Isso é vida.

Para finalizar, para aqueles que chegaram até o fim - a Ludi por exemplo já parou enquanto eu ainda falava de comunidades, rs - a moral desse post é: Seja a mudança que você quer ver! Tudo muda o tempo todo, como exemplificado acima, mas nada mais gostoso do que ter as rédeas de mudanças que são necessárias em nossa vida e poder escolher.

Beijo Grande e bom final de semana.

Au revoir, brother, rs.

2 comentários:

  1. Amiga, ganhei da Ludi, eu li até a parte da monografia e depois li o final !!! hahahaha
    Bom, mas se eu e a Ludi comentamos que o post é grande demais acho que é algo a se pensar hein ?!?
    Bom fds !!
    te amo!

    Lele

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  2. Amiga... Muito obrigada pela dica! As portas estarão sempre abertas para críticas e sugestões hein?! Mas fico feliz que tenha lido até a parte da Mono, pelo menos, rs.

    Prometo que o próximo tentarei fazer mais curto.
    Te amo também.
    Bom final de semana!

    Beijos

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